Vishnu representa o principio divino considerado sob seu aspecto preservador do mundo. Nos primeiros estágios da manifestação cósmica, Vishnu dorme flutuando sobre as águas primordiais (Mar de Leite), servindo-lhe de leito a serpente Shesha, que levanta, e, forma de um altar, suas sete cabeças. Esse sono é o processo no qual as potencialidades desse deus vão madurando-se pouco a pouco para que, após a produção levada a cabo pelo deus Brahma, ele possa despertar e cumprir sua função preservadora no universo.
Vishnu leva em suas quatro mãos: uma clava de combate - Gada; uma concha - Sankha; uma arma em forma de disco luminoso - Chakra; uma flor de lótus; e faz o gesto que desfaz o temor - Abhaya Mudra. Em algumas outras apresentações, ele pode aparecer juntamente com sua esposa, a deusaLakshmi, de pé, sentado ou deitado sobre a serpente Shesha (também chamada de Ananta, eternidade), que simboliza o resto, a sobra da energia que permanece sem emprego após a produção da matéria sólida e a conclusão da criação.
É também apresentado como um homem azul escuro, vestindo roupas amarelas e cavalgando uma águia semidivina - Garuda, que, em tempos passados, foi um Asura (aspecto demoníaco) que tombou pelo poder do deus preservador e foi transformado em sua montaria (Vahana). Em cada ciclo de vida universal, durante os períodos de crise quando as leis cósmicas - Dharma, estão ameaçadas pela ignorância - Avidya e existência de seres demoníacos (Asuras) extremamente poderosos, Vishnumanifesta uma parte de sua essência - Avatar, para destruir as forças negativas e restabelecer a ordem. A tradição aponta que já se manifestaram sobre a Terra nove Avatares e que um décimo estaria sendo esperado para essa Era em que vivemos - Kali Yuga.
A função do primeiro Avatar, chamado Matsya (o Peixe Primordial), foi salvar Vaishvavarta Manu, o progenitor da raça humana, do dilúvio que ameaçava tragar toda a Terra. A do segundo Avatar, chamado Kurma (a Tartaruga Cósmica), foi permitir ao deus Indra e aos três mundos recobrarem o vigor perdido por causa de uma maldição proferida por um sábio. A do terceiro Avatar, Varaha (o Javali Flamejante), era o de levantar da água a deusa Terra (Bhumi Devi), que tinha sido submersa e aprisionada por um poderoso demônio. A do quarto Avatar, Narasimha (o Homem Leão), foi libertar o mundo da tirania do rei Hiranyakasipu. A do quinto Avatar, Vamana (o Anão Divino), era restabelecer o poder dos deuses e destruir a opressão. A do sexto Avatar, Parasurama (o Portador do Machado), foi libertar a classe de sacerdotes Brahmanes da tirania e opressão da casta guerreira (Kshatrya). A do sétimo Avatar, Rama (o Nobre Guerreiro), foi dar exemplos de elevadas virtudes a todos os seres. A do oitavo Avatar, Krishna (o Negro), era destruir demônios e liderar uma grande guerra ocorrida entre duas importantes linhagens Aryas (Guerra descrita no Mahabharata e Bhagavad Gita). A do nono Avatar, Buddha (o Mensageiro), foi enganar os inimigos dos deuses e preparar o caminho para os verdadeiros discípulos. A do décimo Avatar, Kalki (o Homem Cavalo), que está sendo aguardado, será destruir demônios e restabelecer a luz nesta Era de trevas (Kali Yuga) em que em nossa existência estaria enserida.
A manifestação de Vishnu, conhecido como Narasimha Avatar (o Homem Leão) é descrita na lenda de Hiranyakashipu e Prahlada, enquanto a manifestação como Vamana Avatar (Anão Divino) está descrita na lenda do demônio Bali, ambas no estudo sobre os Rakshasas.
Os seguintes epítetos são associados a Vishnu: Svayambhu, o que existe por si mesmo, Yajne Swaha, Senhor dos Sacrifícios, Janaddana, o que recebe adoração de todos os seres; Vishvamvara, o protetor do mundo; Vaikunthanat, o senhor do paraíso; Purushottama, o espírito supremo.
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